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Expectativa da Inflação de Michigan

O que é a Expectativa da Inflação de Michigan?

A Expectativa da Inflação de Michigan é o indicador que mede a percepção dos consumidores norte-americanos sobre a inflação futura, tanto no curto prazo (12 meses) quanto no longo prazo (5 a 10 anos),  e é parte integrante do Índice de Sentimento do Consumidor da Universidade de Michigan, considerado um importante termômetro da confiança do consumidor nos Estados Unidos.

Para que serve esse indicador?

O principal objetivo da Expectativa da Inflação de Michigan é captar antecipadamente o sentimento inflacionário da população, servindo como base para decisões de:

  • Política monetária, especialmente pelo Federal Reserve (Fed);
  • Análise macroeconômica;
  • Previsões de consumo e investimento;
  • Avaliação da credibilidade da política econômica atual.

De modo resumido, quando o consumidor acredita que a inflação será alta, há uma tendência a antecipar compras e modificar hábitos financeiros, impactando diretamente a economia.

Histórico do indicador

O Índice de Sentimento do Consumidor foi criado em 1946 pela Universidade de Michigan, com o objetivo de estudar o comportamento e as percepções da população americana após a Segunda Guerra Mundial, e a medição das expectativas inflacionárias passou a ser incluída com mais relevância a partir dos anos 1980, após um período de inflação elevada nos EUA.

Desde então, o indicador se tornou uma das principais referências para o mercado financeiro, especialmente em momentos de instabilidade inflacionária.

Como é feita a coleta dos dados?

A pesquisa é conduzida pelo Survey Research Center da Universidade de Michigan, que mensalmente entrevista cerca de 500 pessoas por telefone, selecionadas de forma representativa em todo o território dos EUA.

E entre as perguntas feitas durante a entrevista, destacamos duas abaixo:

“Por quanto você acha que os preços subirão, em média, nos próximos 12 meses?”

“E qual sua expectativa para os próximos 5 a 10 anos?”

As respostas para essas e outras perguntas formam os dados das expectativas de inflação de curto e longo prazo.

Onde e como são divulgados os dados?

Os resultados da pesquisa são divulgados diretamente pela Universidade de Michigan através do site oficial https://data.sca.isr.umich.edu, com ampla divulgação também em portais financeiros como Bloomberg, Reuters e Investing, além do Federal Reserve Economic Data (FRED)

Quando os dados são divulgados?

A divulgação acontece em duas etapas:

A Divulgação Preliminar ocorre normalmente na segunda sexta-feira de cada mês, e a Divulgação Final – cerca de duas semanas depois, na última sexta-feira do mês, sendo que a versão preliminar costuma gerar maior impacto no mercado, por ser a primeira leitura das expectativas do consumidor.

Quais informações são incluídas na divulgação?

O relatório inclui:

  • Expectativa de inflação para os próximos 12 meses;
  • Expectativa de inflação para os próximos 5 a 10 anos;
  • Comparação com períodos anteriores;
  • Gráficos com a evolução histórica;
  • Análise geral do sentimento do consumidor.

Quais são os impactos na economia?

A percepção inflacionária influencia diretamente o comportamento dos consumidores. Quando se espera que os preços subam, há uma tendência ao aumento do consumo imediato, o que pode acelerar ainda mais a inflação.

Além disso, as expectativas de inflação:

  • Afetam as taxas de juros de longo prazo;
  • Influenciam o preço de ativos financeiros;
  • E são levadas em consideração pelo Federal Reserve na formulação da política monetária.

Importância para o mercado financeiro

A Expectativa da Inflação de Michigan é considerada um leading indicator (indicador antecedente), ou seja, fornece sinais antecipados sobre a direção futura da economia. Por isso, é observada de perto por:

  • Economistas e gestores de fundos;
  • Traders e analistas técnicos;
  • Formuladores de política econômica.

Com relação a interpretação e reação aos dados, quando estes são supreendentes — como uma inflação esperada maior ou menor que o previsto — costumam causar movimentos significativos nos mercados, como:

  • Valorização ou desvalorização do dólar;
  • Oscilações em índices como S&P 500 e Nasdaq;
  • Mudanças nas taxas dos títulos do Tesouro americano (Treasuries).
     

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